(Fonte da Imagem: http://www.grupopsicopedagogiando.com.br/)
O diagnóstico não é tão simples e deve ser feito por um médico. O TDAH é muito comun na infância e frequentemente persiste até a idade adulta. A prevalência do transtorno é de aproximadamente 5,29% na população, segundo estudos, com predomínio no sexo masculino. TDAH é caracterizado por sintomas de falta de atenção e/ou hiperatividade e impulsividade, que causam prejuízos ao indivíduo em ao menos dois ambientes – em casa e na escola, por exemplo.
O diagnóstico do transtorno é clínico, ou seja, é baseado na descrição dos sintomas relatados pelo indivíduo, seus pais ou outras pessoas de seu convívio, professores e educadores, e são necessários seis sintomas de desatenção e/ou seis sintomas de hiperatividade/impulsividade. Para que se estabeleça o diagnóstico de TDAH, esses sintomas devem ser mais frequentes e severos do que o esperado para a faixa etária da criança.
Além disso, é necessário que tais sintomas estejam presentes antes dos 7 anos de idade, causando prejuízo à criança em dois ou mais ambientes, e que não sejam justificados por algum outro transtorno intelectual. “É importante destacar que não existem exames que estabeleçam o diagnóstico, como exames de sangue, imagem ou eletroencefalograma”, completa.
Frente a um problema tão complexo, como o professor deve agir? Levando em consideração que o professor é um dos primeiros a identificar o comportamento diferenciado da criança. “Geralmente é na escola que as crianças com TDAH apresentam os primeiros sintomas do transtorno, porque têm que ficar sentadas, obedecer a regras, se concentrar”. E a primeira coisa a ser feita nesses casos é chamar os pais para conversar e sugerir que busquem ajuda de um especialista.
Na escola
O professor pode e deve realizar uma avaliação “enquanto processo e ato que permite valorizar se há o acesso aos saberes culturais por parte do aluno, e que estão na base da aprendizagem escolar. Neste sentido, falamos de avaliações distintas, realizadas por diferentes profissionais”.
Para que o professor possa realmente ajudar esse aluno, primeiramente deve procurar se informar sobre as características do TDAH. “É a partir deste conhecimento que há a possibilidade de ajustamento dos métodos e da temporalidade das atividades escolares, tornando-as mais acessíveis”.
Se o aluno demonstra conhecer o conteúdo, mas não consegue terminar todas as atividades devido a algumas destas características observadas frequentemente, é possível que haja a perda da atenção por fatores não somente ambientais. O déficit de atenção/hiperatividade é um quadro psicopatológico complexo e que afeta todo o desenvolvimento psicoemocional, cognitivo e social do sujeito, e por esta razão, a intervenção junto a ele deve ocorrer em diversas dimensões”.
O TDAH é uma doença, e não um problema de caráter ou personalidade: “o comportamento hiperativo/impulsivo não é proposital, e melhora significativamente com o tratamento adequado. Ao perceberem uma criança com características compatíveis com TDAH devem pedir aos pais que providenciem uma avaliação psiquiátrica adequada. A observação dos professores poderá ser fundamental para o futuro dessas crianças”.
Rotina escolar
“Os pais e os professores devem ter muita informação sobre o transtorno, quanto maior o grau de informação, melhor. E os pais devem conversar com os professores, saber se eles estão informados sobre o assunto e, se não conhecem, devem pedir que procurem orientação. Pais e professores devem manter diálogo constante, a fim de contribuir para o aprendizado e o desenvolvimento dessa criança”, afirma.
Segue uma lista de sugestões:
- Evite colocar alunos nos cantos da sala, onde a reverberação do som é maior. Eles devem ficar nas primeiras carteiras das fileiras do centro da classe,
- Faça com que a rotina na classe seja clara e previsível, crianças com TDAH têm dificuldade de se ajustar a mudanças de rotina;
- Afaste-as de portas e janelas para evitar que se distraiam com outros estímulos;
- Deixe-as perto de fontes de luz para que possam enxergar bem;
- Não fale de costas, mantenha sempre o contato visual;
- Intercale atividades de alto e baixo interesse durante o dia, em vez de concentrar o mesmo tipo de tarefa em um só período;
- Repita ordens e instruções; faça frases curtas e peça ao aluno para repeti-las, certificando-se de que ele entendeu;
- Procure dar supervisão adicional aproveitando intervalo entre aulas ou durante tarefas longas e reuniões;
- Permita movimento na sala de aula. Peça à criança para buscar materiais, apagar o quadro, recolher trabalhos. Assim ela pode sair da sala quando estiver mais agitada e recuperar o autocontrole;
- Esteja sempre em contato com os pais: anote no caderno do aluno as tarefas escolares, mande bilhetes diários ou semanais e peça aos responsáveis que leiam as anotações;
- O aluno deve ter reforços positivos quando for bem sucedido. Isso ajuda a elevar sua autoestima. Procure elogiar ou incentivar o que aquele aluno tem de bom e valioso;
- Crianças hiperativas produzem melhor em salas de aula pequenas. Um professor para cada oito alunos é indicado;
- Coloque a criança perto de colegas que não o provoquem, perto da mesa do professor na parte de fora do grupo;
- Proporcione um ambiente acolhedor, demonstrando calor e contato físico de maneira equilibrada e, se possível, fazer os colegas também terem a mesma atitude;
- Nunca provoque constrangimento ou menospreze a criança;
- Proporcione trabalho de aprendizagem em grupos pequenos e favoreça oportunidades sociais. Grande parte das crianças com TDAH consegue melhores resultados acadêmicos, comportamentais e sociais quando no meio de grupos pequenos;
- Adapte suas expectativas quanto à criança, levando em consideração as deficiências e inabilidades decorrentes do TDAH. Por exemplo: se o aluno tem um tempo de atenção muito curto, não espere que se concentre em apenas uma tarefa durante todo o período da aula;
- Proporcione exercícios de consciência e treinamento dos hábitos sociais da comunidade. Avaliação frequente sobre o impacto do comportamento da criança sobre ela mesma e sobre os outros ajuda bastante;
- Coloque limites claros e objetivos; tenha uma atitude disciplinar equilibrada e proporcione avaliação frequente, com sugestões concretas e que ajudem a desenvolver um comportamento adequado;
- Desenvolva um repertório de atividades físicas para a turma toda, como exercícios de alongamento;
- Repare se a criança se isola durante situações recreativas barulhentas. Isso pode ser um sinal de dificuldades de coordenação ou audição, que exigem uma intervenção adicional;
- Desenvolva métodos variados utilizando apelos sensoriais diferentes (som, visão, tato) para ser bem sucedido ao ensinar uma criança com TDAH. No entanto, quando as novas experiências envolvem uma miríade de sensações (sons múltiplos, movimentos, emoções ou cores), esse aluno provavelmente precisará de tempo extra para completar sua tarefa.
- Não seja mártir! Reconheça os limites da sua tolerância e modifique o programa da criança com TDAH até o ponto de se sentir confortável. O fato de fazer mais do que realmente quer fazer, traz ressentimento e frustração;
- Permaneça em comunicação constante com todos os profissionais envolvidos.
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